EREM DE JATOBÁ

Este blog é um espaço destinado ao estudo das tecnologias aprimorando o ensino aprendizagem na escola.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

TECNOLOGIAS E RECURSOS QUE PODEM SER UTILIZADOS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Quando falamos em tecnologias e recursos que auxiliam a criança ou adolescente com deficiência na sala de aula, devemos lembrar que eles não são recursos que magicamente farão o aluno superar suas dificuldades. Qualquer que seja o auxílio pensado, sempre passa pela percepção que o professor tem sobre as dificuldades e possibilidades de seu aluno. O auxílio só faz sentido a partir desta relação. Por isso, dizemos que não há regras, existem sugestões para ajudar o professor a pensar em possibilidades, mas isto sempre será posterior a este primeiro contato e conhecimento prévio do professor em relação a criança ou adolescente.
Os alunos com deficiências geralmente usam os mesmos recursos materiais que os demais alunos. Existem, no entanto, adaptações que podem ser necessárias para facilitar a realização de atividades para quem possui alguma limitação motora, sensorial ou cognitiva. Esses recursos são chamados de “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas”.
Infelizmente, esses recursos são caros para a maioria das pessoas com deficiência. É aí que entra a criatividade da professora que engrossa o lápis com fita adesiva para que o aluno possa segurá-lo melhor e, sem saber, também está fazendo tecnologia assistiva, por exemplo.
Lembre-se que:
• as adaptações devem auxiliar o aluno e o professor;
• a necessidade de cada aluno com deficiência é única ; portanto, a família e ele mesmo devem participar da criação e da escolha dos recursos que podem ajudá-lo;
• o recurso deve sempre ser reavaliado pelo aluno e pelo professor, para ter certeza de que está realmente sendo útil e como pode ser aprimorado ou substituído;
Muitas vezes, nós, professores — depois de algumas tentativas frustradas com o aluno com deficiência — acabamos concluindo, erroneamente, que a criança não tem condições de aprender.
Ao observar um aluno, não olhe apenas as dificuldades. É importante verificar as habilidades e as formas que ele usa para vencer desafios. Se achar que vale à pena mudar ou incrementar essas estratégias, converse com o aluno e, acima de tudo, respeite a opinião dele.
Como saber qual é o recurso que seu aluno precisa?
Aqui vão algumas sugestões, baseadas na experiência de outros professores:
• Observe o aluno durante as aulas, o intervalo, a hora da entrada e saída e demais atividades escolares. Preste atenção nas dificuldades e soluções que ele adota para lidar com suas limitações;
• Converse com o aluno e pergunte se ele acha que precisa de outros recursos;
• Avalie e defina com o aluno quais as atividades que podem ser facilitadas com uso de materiais pedagógicos adaptados ou tecnologias assistivas para as atividades da vida diária;
• Converse com o aluno, sua família e colegas de sala para encontrar soluções. Converse com outros profissionais que também trabalham com o aluno;
• Pesquise produtos disponíveis no mercado, materiais e objetos baratos que podem ajudar a desenvolver habilidades. Pense nas formas de construir este objeto;
• Considere todas as opiniões, especialmente, as do aluno, e faça a escolha, considerando os recursos financeiros. Desenhe as propostas ou faça um modelo, se for possível;
• Faça parcerias com a comunidade: faculdades, escolas SENAI, marcenarias, oficinas de costuras, metalúrgicas, que podem ajudar a desenvolver e construir o equipamento;
• Em conjunto com o aluno, escolha o melhor processo de confecção do equipamento;
• Incorpore o recurso às atividades escolares, observe e pergunte ao aluno sobre como se sente;
• Verifique se o objeto cumpriu plenamente sua finalidade e se as condições do aluno mudam com o tempo, ou se é necessária alguma mudança.
É importante relembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe colocada nos cantos do papel para que a folha não escorregue com os movimentos involuntários de um aluno com deficiência motora, a criação de um jogo da memória com desenhos feitos em relevo (com cola plástica, dentre outras alternativas) até um software adaptado para que os cegos possam ter acesso ao computador. Portanto, não se assuste professor! Uma boa dose de criatividade fará com que você encontre soluções simples para facilitar o aprendizado de seus alunos.
Caso não disponha de nenhum recurso material, você pode pedir para que um outro aluno segure a folha para que a pessoa com deficiência motora possa fazer sua atividade. O importante é que, mesmo sem recursos, você encontre soluções para que seu aluno possa acompanhar as atividades da sala de aula. O que conta verdadeiramente é a sensibilidade do professor em relação ao aluno e a disponibilidade para encontrar soluções que o ajudem.

Equipamentos que todos podem aprender a usar:
• Reglete (tipo de régua para se escrever em braile) - O papel fica preso entre essa régua e um pedaço de madeira. Com a punção (um pino com ponta de metal afiada) faz os buraquinhos que formarão as palavras em alto relevo do lado do avesso. A escrita é feita da direita para a esquerda e a leitura da esquerda para a direita;
• Punção é o lápis - ou a caneta da pessoa cega;
• Máquina braile - é a máquina de escrever usada pelas pessoas cegas. Possui nove teclas. Para digitar, basta fazer as combinações de pontos em relevo, pressionando as teclas;
• Mapa tátil para ensinar geografia e informar sobre a localização de lugares para pessoas cegas. Pode ser feito recobrindo-se os mapas comuns com materiais com texturas diferentes ou com areia, argila, massinha etc.;
• Lupas, lentes de aumento e réguas de leitura.
• Soroban - é um instrumento de cálculo de origem oriental, formado por continhas de madeira ou de plástico enfiadas em arames. Ele é vantajoso como material de apoio ao ensino da matemática por ser um recurso tátil, de fácil manejo e de custo reduzido. Com ele o estudante aprende concretamente os fundamentos da matemática, as ordens decimais e seus respectivos valores, as quatro operações e mesmo cálculos mais complexos.

Computadores e salas de informática
Hoje em dia, cada vez mais escolas públicas estão recebendo computadores. Eles não substituem o professor, mas podem ser úteis para desenvolver atividades pedagógicas. Independentemente do tipo ou grau de deficiência, todos os alunos podem se beneficiar com o uso do computador.
Se sua escola já tem uma sala de informática, lembre-se:
• O acesso à sala de informática não deve ter obstáculos e a mesa do computador deve permitir o encaixe da cadeira de rodas. É importante assegurar uma boa visualização (altura e distância do equipamento) e manipulação adequada e confortável do teclado e mouse;
• É possível fazer adaptações que ajudem o uso de mouses e teclados de acordo com a possibilidade de movimentação de membros superiores do aluno. Ás vezes, uma haste presa na cabeça ou na boca pode ajudar;
• Existem programas de computador que facilitam seu uso pelo aluno com deficiência. Alguns deles lêem em voz alta tudo o que está escrito na tela, outros facilitam o uso do teclado e do mouse. Estes softwares são utilizados para o acesso aos programas básicos como Word, Excel, Internet e outros. Vários desses programas são gratuitos;
• Softwares educativos ou pedagógicos facilitam o aprendizado do aluno e são bastante utilizados hoje em dia. Abaixo, indicamos alguns sites que esclarecem sua forma de utilização. A partir deles, você poderá encontrar muitos outros. Vale a pena você conferir estes sites e aprender sobre os softwares educativos.
• Comunidade Virtual de Educação Matemática - http://www2.uerj.br/edai/comvem/html/softwares.htm
• EducaRede - http://www.educarede.org.br
• Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp - http://www.nied.unicamp.br/publicacoes/pub.php?classe=software&cod_publicacao=70
• Programa Braille Virtual é um curso on-line gratuito, para ensinar o sistema Braille a pessoas que vêem. Destina-se a crianças, pais, professores e funcionários de Escolas Inclusivas - http://www.braillevirtual.fe.usp.br/

Do texto: Educação Inclusiva: O que o Professor tem a ver com isso?
Disponível em: http://saci.org.br

VALE A PENA CONFERIR.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VOCÊ SABIA?

"O Brasil tem hoje cerca de seis milhões de jovens portadores de deficiência em idade de ensino básico, que inclui o fundamental e o médio. Desse total, apenas 500 mil estão em escolas, sendo que menos de 100 mil em escolas regulares e 400 mil em escolas especiais".


Procuradora da República em São Paulo Eugênia Augusta Gonzaga Fávero
Quando garante a todos o direito à educação e o acesso à escola, a Constituição Brasileira, segundo Mantoan (2003, p.36) “não usa adjetivos e, assim sendo, toda escola deve atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua       origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência”.



[...] a deficiência não é simplesmente uma qualidade presente no organismo ou no comportamento da pessoa considerada deficiente, mas se define pela natureza da relação entre esta e quem a considera deficiente.(OMOTE, 1990,p.12)

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

QUER SABER TUDO SOBRE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS?

www.bengalalegal.com/index.php
“Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.


“Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui.


“Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.


“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.


“Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.


“Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.


“Diabético” é quem não consegue ser doce.


“Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer.


Renata Vilella

TECNOLOGIA ASSISTIVA: DE QUE SE TRATA?

A Norma Internacional ISO 9999 define Tecnologia Assistiva, também chamada de Ajudas Técnicas, como:



[...] qualquer produto, instrumento, estratégia, serviço e prática, utilizado por pessoas com deficiência e pessoas idosas, especialmente produzido ou geralmente disponível para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos. (ISO 9999)



Resumindo, Tecnologia Assistiva é toda e qualquer ferramenta, recurso ou processo utilizado com a finalidade de proporcionar uma maior independência e autonomia àpessoa com deficiência ou dificuldades. É

considerada Tecnologia Assistiva, portanto, desde artefatos simples, como uma colher adaptada ou um lápis com uma empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados programas especiais de computador que visam à acessibilidade.
A ISO 9999 classifica as ajudas técnicas ou Tecnologia Assistiva em dez áreas diferentes:
 
Classe 3 Ajudas para terapia e treinamento
Classe 6 Órteses e próteses
Classe 9 Ajudas para segurança e proteção pessoal
Classe 12 Ajudas para mobilidade pessoal
Classe 15 Ajudas para atividades domésticas
Classe 18 Mobiliário e adaptações para residências e outros móveis
Classe 21 Ajudas para a comunicação, informação e sinalização
Classe 24 Ajudas para o manejo de bens e produtos
Classe 27 Ajudas e equipamentos para melhorar o ambiente, maquinaria e ferramentas
Classe 30 Ajudas para o lazer e tempo livre.
 
Existe um número incontável de possibilidades, de recursos simples e de baixo custo que podem e devem ser disponibilizados nas salas de aula inclusivas, conforme as especificações de cada aluno com necessidades educacionais especiais presente visualização de textos ou livros (foto 1); fixação do papel ou caderno na mesa com fitas adesivas; engrossadores de lápis ou caneta confeccionados com esponjas enroladas e amarradas, ou com punho de bicicleta ou tubos de PVC “recheados” com epóxi, substituição da mesa por pranchas de madeira ou acrílico fixadas na cadeira de rodas, órteses diversas e inúmeras outras possibilidades.
Com muita freqüência, a disponibilização de recursos e adaptações bastante simples e artesanais, às vezes construídos por seus próprios professores, torna-se a diferença, para determinados alunos com deficiência, entre poder ou não estudar e aprender junto com seus colegas.
Hoje em dia é sabido que as novas Tecnologias de Informação e Comunicação vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos de nossa cultura e sua utilização um meio concreto de inclusão e interação no mundo (Levy, 1999, ver bibliografia).
Essa constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos às pessoas com deficiência. Nesses casos, as TICs podem ser utilizadas como Tecnologia Assistiva ou por meio de Tecnologia Assistiva. Utilizamos as TICs como TA quando o próprio computador é a ajuda técnica para atingir um determinado objetivo. Um exemplo é o computador utilizado como meio eletrônico para o indivíduo que não consegue escrever no caderno comum de papel. Por outro lado, as TICs são utilizadas por meio de TA quando o objetivo final desejado é a utilização do próprio computador, para o que são necessárias determinadas ajudas técnicas que permitam ou facilitem esta tarefa. Por exemplo, adaptações de teclado, de mouse, softwares especiais, etc.
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Do Texto: Tecnologias Assistivas nas Escolas
itsBRASIL - Instituto de Tecnologias Social
Disponível em: http://www.itsbrasil.org.br/pages/23/TecnoAssistiva.pdf
“Para a maioria das pessoas, a tecnologia torna a vida mais fácil, para uma pessoa com necessidades especiais, a tecnologia torna as coisas possíveis.”
(Francisco Godinho em seu livro On line: Internet para necessidades especiais)

APRESENTAÇÃO POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade

O programa promove a formação continuada de gestores e educadores das redes estaduais e municipais de ensino para que sejam capazes de oferecer educação especial na perspectiva da educação inclusiva. O objetivo é que as redes atendam com qualidade e incluam nas classes comuns do ensino regular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

Atualmente, o programa está em funcionamento em 162 municípios-polo. Em parceria com o Ministério da Educação, esses municípios oferecem cursos, com duração de 40 horas, em que são formados os chamados multiplicadores. Após a formação recebida, eles se tornam aptos a formar outros gestores e educadores.

De 2003 a 2007, a formação atendeu 94.695 profissionais da educação com a participação de 5.564 municípios.

Portal do MEC

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
CONHEÇA O PROJETO DOSVOX

 
O Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vem nos últimos anos se dedicando à criação de um sistema de computação destinado a atender aos deficientes visuais. O sistema operacional DOSVOX permite que pessoas cegas utilizem um microcomputador comum (PC) para desempenhar uma série de tarefas, adquirindo assim um nível alto de independência no estudo e no trabalho.

Disponível em: http://intervox.nce.ufrj/dosvox/

DEPOIMENTO DE UM EX-ALUNO CEGO

Quando fui matriculado na Escola de Jatobá fiquei um pouco receoso por ser esta uma escola grande e até então só tinha estudado em escolas pequenas onde todos se conheciam, mas fui tão bem recebido que logo fiquei à vontade. Desde o porteiro até o pessoal da direção, todos sempre me trataram muito bem e me ajudaram. Os alunos, a princípio, acho que por nunca terem estudado com uma pessoa cega, me receberam com uma certa timidez e alguns com curiosidade, mas aos poucos foram se aproximando e logo estávamos amigos. Fiz grandes amizades nessa escola inclusive com professores e outros funcionários.Meu relacionamento com os professores era ótimo. No começo alguns não sabiam como trabalhar comigo, depois foram se integrando orientados pela professora Marlene que, diga-se de passagem, foi muito importante na minha formação.


A professora Francisca também foi muito importante, pois com ela aprendi a dominar o computador através do Programa DOSVOX e do Programa Braile Fácil, tendo sido a informática uma das principais coisas que aprendi, pois tem me ajudado muito em minha vida profissional e pessoal.

De início tive algumas dificuldades por não ter livros em braile e desenvolver a minha aprendizagem apenas de ouvido, minhas avaliações eram orais, só mais tarde com a chegada dos livros didáticos em braile e a parceria da escola com o Instituto Dorina, que fornece livros e outros materiais como CDs para pessoas cegas, tive condições de ter mais acesso aos conteúdos, romances, etc, Alguns dos meus colegas me ajudaram muito digitando para mim os assuntos para que eu escrevesse em braile ou em trabalhos em grupo.

Na elaboração do meu TCC tive a ajuda da professora Marlene que transcreveu o mesmo e da professora Francisca que digitou.

Foi uma convivência muito feliz e tenho muitas saudades de todos. Sou muito grato a todos que fazem esta excelente escola.

Hoje estou trabalhando como professor brailista no “Centro Beethoven de Educação Especial” do município de Petrolândia e me sinto realizado, acompanho meus alunos inclusive na sala de aula e em casa.

Agradeço primeiramente a Deus e depois ao pessoal da Escola de Jatobá.





José Elivaldo Beserra – Professor Brailista.

O PROCESSO EDUCACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Vivemos hoje em uma sociedade essencialmente tecnológica e precisamos como educadores, estabelecer condições que facilitem a participação efetiva dos nossos alunos na mesma. Em se tratando de pessoas com deficiência e necessário procurarmos integrar o coletivo das escolas no processo educativo, de modo a proporcionar a essas pessoas valores democráticos de igualdade, respeito aos seus direitos e deveres e sua participação ativa nessa sociedade.

Uma escola inclusiva é aquela que proporciona educação de qualidade para todos os alunos independentes de suas diferenças individuais, valorizando as diversidades humanas e respeitando os seus direito de cidadão. Para ser uma escola inclusiva ela necessita também dispor de equipamentos e materiais pedagógicos especializados para atuarem junto ao professor da turma do ensino regular em que o aluno com deficiência está inserido.

 
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
O processo de aprendizagem de alunos cegos se desenvolve por meio da utilização dos seus outros sentidos restantes (tato, audição, olfato e paladar) e é semelhante ao processo de construção do conhecimento dos alunos videntes. Existem, no entanto, atividades que precisam ser ensinadas pelo professor que atua na área de Educação Especial, a fim de que a criança desenvolva habilidades para que possa estabelecer relações com o meio e perceber formas, tamanho, distância, posição e localização de objetos.

O atendimento na sala de recursos especializados para alunos cegos, deverá possibilitar o desenvolvimento das atividades de interação com o mundo, a realização do processo de alfabetização pelo Sistema Braile e o uso de equipamentos e recursos pedagógicos adequados que possibilitem o acesso à informação e a comunicação, com a finalidade de facilitar a sua inclusão no ensino regular.

O professor da sala de recursos deverá além de promover e apoiar a alfabetização e o aprendizado pelo Sistema Braile, desenvolver técnicas e vivências de orientação e mobilidade, e atividades da vida diária para autonomia e independência, proporcionar habilidades para o uso do soroban e promover adequações necessárias para o uso de tecnologias de informação e comunicação no ensino regular. O professor itinerante necessitará para desenvolver um bom trabalho, sensibilizar a comunidade escolar visando a inclusão social dos alunos, mediar as relações entre escola, família e comunidade, orientar a família do aluno de modo a propiciar seu envolvimento e sua participação no processo educacional, contribuir com o professor da sala comum para construção de estratégias mais adequadas à aprendizagem do mesmo participando inclusive do processo avaliativo e encaminhar, junto com a equipe pedagógica da escola, o aluno para profissionais e serviços especializados.

A escola por sua vez, deverá promover condições de acessibilidade por meio da adequação de mobiliários e equipamentos, da eliminação de barreiras arquitetônicas, da disponibilidade de recursos, materiais escolares e pedagógicos adaptados (regletes, punções, soroban, bengalas, guia de assinatura, produção de textos em Braile, livros em Braile, máquina de datilografia e outros), e de equipamentos de informática acessíveis com software educacionais especializados (DOSVOX, etc), que o habilite para o uso independente do computador, que lhe dê formas alternativas de acesso à produção do conhecimento.

Na inclusão de alunos com deficiência visual é de suma importância a utilização dos recursos necessários, uma vez que oportunizam que seus valores pessoais sejam colocados em prática, possibilitando-lhe vencer as barreiras que dificultam a sua aprendizagem e conseqüentemente o exercício da sua cidadania.

O domínio do Braile é extremamente importante para a pessoa cega, por isso, os professores devem incentivar e ajudar os seus alunos ao estudo e aperfeiçoamento deste, para que lhes seja possível o contato com textos e possam tirar proveitos de livros, manuais e outros que hoje existem ao seu dispor, além de ser fundamental para o estudo das diversas disciplinas do currículo.
Maria Francisca Freire do Nascimento


Textos de Apoio: Apostilhas de Apoio ao Professor Itinerante da Secretaria de Educação de Pernambuco.