Nas
últimas décadas os governos brasileiros têm investido bem mais na educação com
a finalidade de garantir o acesso e a permanência do aluno na escola e reverter
à situação de baixa qualidade da aprendizagem. Certamente ainda estamos
carentes de medidas que proporcionem a tão sonhada educação de qualidade e elimine
o fracasso escolar favorecendo uma aprendizagem efetiva e eficaz, mas já demos
alguns passos nessa direção especialmente no que se refere ao ingresso e a
permanência de crianças e jovens na escola. Dourado (2007 p. 940) afirma: “uma
educação de qualidade exige medidas não apenas no campo do ingresso e da
permanência dos alunos”. Certamente não basta que o aluno esteja frequentando a
escola todos os dias, é necessário que sua permanência seja complementada por
fatores que se refiram também às condições de vida deste aluno no contexto
familiar e social, além do que se refere ao contexto escolar, no convívio com a
comunidade escolar e no uso do ambiente físico, materiais, recursos e
instalações da escola em favor da sua aprendizagem e da sua formação como
cidadão.
Apesar de encontrarmos ainda localidades onde
as condições educacionais são muito precárias e o fracasso escolar é evidente e
assustador, o Estado Brasileiro e alguns governos estaduais procuram atualmente
cumprir o que dita a Constituição do Brasil que estabelece a educação como
direito de todos e dever do Estado, ofertando a educação básica, materiais,
recursos financeiros e apoio quanto à formação continuada dos envolvidos na
educação, a exemplo deste curso de Gestão Escolar proporcionado aos gestores
com a parceria e o apoio da Universidade Federal de Pernambuco.
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Os
gestores escolares por sua vez, devem ser responsáveis pela escola e por tudo o
que a ela diz respeito, assumindo o compromisso de gerenciar e motivar a sua
equipe, interagir com a comunidade escolar e favorecer a formação continuada
dos educadores visando o alcance dos objetivos e metas. A qualidade da educação
resultante das atividades desenvolvidas na escola é em grande parte
responsabilidade da gestão escolar que deve garantir uma boa educação para
todos com base nos documentos legais, compromisso, transparência e ética. Os
gestores escolares são também responsáveis por cumprirem o que determinam
programas como o Fundo de Fortalecimento da Escola (FUNDESCOLA), o Plano de
Desenvolvimento da Escola, o Programa Dinheiro Direto na Escola e o Programa Nacional
de Fortalecimento dos Conselhos Escolares criados pelo governo, para fortalecer
a escola e assim garantir o acesso e a permanência dos alunos e a qualificação da
educação.
A escola necessita aplicar bem os
recursos, fazer bom uso dos materiais e subsídios fornecidos pelo poder público
e cuidar para que o seu Projeto Político Pedagógico seja o caminho traçado pela
escola para atingir uma educação de qualidade por meio de uma gestão
democrática e participativa com toda a comunidade escolar.
O Projeto Político Pedagógico deve
nascer das necessidades da escola e priorizar ações que favoreçam a sua transformação
em um ambiente de aprendizagens significativas com a participação de toda a
comunidade escolar, englobando as questões pedagógicas, administrativas e
financeiras. A participação do Conselho Escolar e do Conselho da Unidade
Executora, que são órgãos consultivos e deliberativos, é de grande importância
nesse processo, uma vez que, são valorosos aliados na organização e no
fortalecimento da unidade escolar. Cabendo ao gestor escolar incentivar e
dirigir o planejamento e a organização das atividades e monitorar os resultados
educacionais, para em conjunto com todos os que compõem a comunidade escolar
planejar e inserir as mudanças necessárias à transformação da escola em um
ambiente de aprendizagens que possibilitem a formação de cidadãos aptos à vida
plena na sociedade atual.
Segundo
Dourado o gestor escolar deve levar
em conta ainda:
[...] conhecimento da Lei de
Diretrizes e Bases, das leis que regulamentam os sistemas educativos, não em
uma perspectiva meramente legalista e normativa, buscando a compreensão destes aparatos
jurídicos como instrumentos vivos das políticas educacionais, dimensionando
esses dispositivos e alocando-os como aliados na luta pela democratização da
escola, visando à efetivação de um novo processo de gestão, onde o exercício
democrático expresse as possibilidades de construção de uma nova cultura
escolar. (DOURADO, 2007, p. 5)
Portanto,
se cabe ao governo assegurar o direito a educação a todos, viabilizada através
de políticas públicas e programas que buscam promover a melhoria do sistema de
ensino, cabe aos gestores assumir o papel de mediador essencial no processo de
ensino-aprendizagem e junto ao Conselho Escolar, Grêmio Estudantil e todos os
envolvidos desenvolverem um trabalho condizente com o que determina a
legislação vigente utilizando-se dos materiais e recursos viabilizados por
esses programas, com responsabilidade e transparência, através do zelo na utilização
dos recursos públicos e do envolvimento com a melhoria da escola, buscando a
superação das dificuldades e a promoção de mudanças importantes que contribuam
para a democratização da mesma e para alcançar a qualidade, a igualdade e os
resultados almejados.
Maria Francisca Freire do Nascimento
Referências
Bibliográficas:
. Dourado, Luiz Fernandes – Políticas e Gestão da
Educação Básica no Brasil. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1428100.pdf
. Lima, Paulo Gomes – Politicas Educacionais e
Gestão Escolar. Disponível em: http://pt.slideshare.net
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