EREM DE JATOBÁ

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sábado, 16 de agosto de 2014

WEBFÓLIO



Título: Ambiente virtual de aprendizagem utilizando Webfólio: novas possibilidades para a ação docente na EAD

Tema: Outro
Origem do Documento: Documento Externo
Tipo do Documento: Documento
Ano:
Resumo: O objetivo do artigo é despertar o público discente e docente para a construção de ambientes de aprendizagem virtual, orientados ao aprendizado e conhecimento, de modo que eles possam estar em permanente processo de reflexão tanto no planejamento, acompanhamento e desenvolvimento, como na melhoria contínua dos processos.
Palavras-chave: Ambiente Virtual EAD Webfólio docente
Fonte:
Autor(es):

Ambiente virtual de aprendizagem utilizando o Webfólio: 

novas possibilidades para a ação docente na EaD

Valéria Ribeiro de Carvalho Tavares
Bacharel em Pedagogia pela Uniminas/MG, pós-graduanda em Educação a Distância pela Universidade Católica de Brasília-UCB e atua como professora-tutora do Núcleo de Educação a Distância da Uniminas/MG.

Resumo

O objetivo do presente artigo é despertar o público discente e docente para a construção de ambientes de aprendizagem virtual, orientados ao aprendizado e conhecimento, de modo que eles possam estar em permanente processo de reflexão tanto no planejamento, acompanhamento e desenvolvimento, como na melhoria contínua dos processos. Potencializar as vantagens e oportunizar avaliações sucessivas é o desafio para a EaD, tanto para os profissionais que planejam e executam como para os usuários, que potencialmente são alunos adultos. Por este motivo, faz-se necessário a utilização das ferramentas tecnológicas com um olhar diferenciado, contextualizado e diferenciado, aproveitando assim as vivências e experiências na significação do ensino-aprendizagem. O instrumento de aprendizagem sugerido é a utilização do recurso didático webfólio, oferecido e mediado pela tecnologia, como ferramenta de construção progressiva e orientada da aprendizagem online. Enfocando o aprender a aprender na EaD para esta seja uma realidade democrática e esteja alinhada aos objetivos do público envolvido, potencializando a afetividade entre professor-aluno e minimizando as diferenças em relação aos procedimentos de interação e avaliação no ambiente virtual, proporcionados pela flexibilidade do ambiente e pela autonomia de seus autores.

Introdução


"Na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática". (Freire, 1996)




A educação a distância é uma modalidade educativa que amplia as oportunidades de acesso ao conhecimento, utilizando diferentes tecnologias e estratégias didáticas com o objetivo de adaptar o ensino aos interesses dos alunos segundo os novos paradigmas para práticas educacionais facilitadas pelas TIC's e evolução da interação discente - docente no ambiente virtual.
A escolha dos métodos e meios estruturados merecem atenção como também a forma como o professor e o aluno vão se comunicar e interagir neste ambiente, depende antes de tudo de planejamento como também da logística de aprendizado a ser utilizada pelos participantes. No ambiente virtual de aprendizagem, a comunicação bi-direcional entre professor e aluno exige dos educadores uma nova concepção de diálogo, indispensável para que este intercâmbio interativo seja efetivo. É necessário promover o diálogo, a cooperação, estimular a autonomia e observar as dificuldades, avaliando quantitativamente e qualitativamente o desempenho individual e grupal. Estimular e coordenar é uma das funções do professor na EaD, ajustando e convergindo os participantes para atingirem o objetivo do curso. No ambiente virtual todos colaboram e aprendem simultaneamente, é um processo de mão dupla onde encontramos dois sujeitos que participam de uma re-construção permanente do saber.
Vemos então que o processo de ensino-aprendizagem não se concentra mais no professor como ocorre na modalidade presencial, onde o professor exerce uma função ativa e o aluno a passiva, na EaD o foco é o aluno. Por isso, é necessário desenvolver competências e habilidades docentes para atender às demanda emergente destes novos ambientes de aprendizagem, ampliando práticas e ações educativas voltadas para este público distante geograficamente, contudo, muito presente...

Comunicação e aprendizagem colaborativa
A autonomia está implícita na EaD a partir do momento em que o aluno pode "puxar" os conteúdos em vez de simplesmente recebê-los. Com a tecnologia, é possível respeitar as diferenças e oferecer atendimento personalizado. Alunos reunidos nos chamados ambientes de aprendizagem colaborativa online constituem comunidades virtuais de aprendizagem, ou seja, pessoas reunidas e torno do interesse comum de aprender mais, de adquirir mais conhecimento. Segundo Rheingold, citado por Palloff e Pratt (2004).
Diante do exposto anteriormente e das pesquisas realizadas durante os cursos de Graduação e Extensão, evidencia-se a necessidade de ações pedagógicas inovadoras e significativas no ambiente virtual de aprendizagem.


O ambiente de aprendizagem é um ambiente que existe dentro de quatro paredes, espaços reais construídos com a finalidade educativa. Já os ambientes virtuais de aprendizagem são atemporais, são abertos e limitados, não são cercados por espaços físicos, são informações que trafegam e cruzam fronteiras geográficas em tempo real, estimulados visualmente e mentalmente pelos espaços nos quais os estudantes se movem, buscam, codificam, abstraem, com o objetivo de propiciar a interação entre agentes humanos e artificiais. (Belloni, 2003)

Visto que, ambiente virtual de aprendizagem é a integração de diversos recursos que facilitam e mediam a interação professor-aluno, como os fóruns, chats, listas de discussão podem ser incluídas também atividades como os textos descritivos e narrativos, relatórios, testes, trabalhos coletivos, sínteses, esquemas, visitas de estudo, comentários, reflexões diversas que o professor e /ou aluno considerar importantes. Diante de tantos recursos é necessário vincular o que constitui um movimento de relações que permite a recriação de estratégias para que o aluno possa atribuir sentido naquilo que esta aprendendo ou simplesmente realizar uma atividade online sem significado algum para ele. Fazer esta mediação é necessário que o professor esteja atento aos aspectos afetivos e contextuais, ele deve proporcionar ao aluno um aconchego familiar, uma abertura para o aprender, uma postura crítica e autônoma. O professor não deve perder o foco de favorecer a convivência social, estimulando a troca de informações em busca de um conhecimento compartilhado e socializado.
Webfólio: uma alternativa didática para EaD
Como alternativa didática para desenvolver atividades na EaD, o instrumento de aprendizagem sugerido neste estudo é o webfólio(1), que o professor poderá adotar para realização das suas atividades no ambiente virtual. É uma ferramenta interativa, avaliativa e processual, tanto qualitativamente como quantitativamente, é um espaço personalizado, onde o aluno constrói e reconstrói seus conhecimentos, pautados na sistemática de construção e auto-avaliação permanentes.
É interessante abordar que o webfólio, mesmo sendo um trabalho individual e personalizado, durante os espaços de elaboração das atividades propostas, os alunos trocam informações com o professor, com os colegas através de fóruns, chats e listas de discussão, criadas especificamente para este fim, criando um vínculo afetivo e significativo entre os participantes.
É sem dúvida, um recurso inovador, prático, envolvente, pois a partir do momento que o aluno elabora suas produções e as publica, todos poderão participar com sugestões e críticas para uma possível reestruturação dos conteúdos.
O webfólio é um portfólio online, um registro minucioso de crescimento e amadurecimento intelectual, são páginas publicadas na internet e disponível para que outros internautas possam visitar as produções, registrando comentários, contribuindo para o enriquecimento da mesma e de seu autor, confirmando assim, o caráter inovador e democrático.
O professor na construção do webfólio tem um papel preponderante, ele deverá acompanhar o aluno passo-a-passo, vendo e revendo produções, sugerindo, motivando e comentando as produções desenvolvidas, além de também, propor avaliações entre os colegas, afim de cultivar o espírito participativo e responsável dos alunos.
A reflexão profunda e o envolvimento tanto do aluno quanto do professor são relevantes para construção do webfólio, com análise, auto-avaliação e aperfeiçoamento, oportunizando um novo olhar sobre o processo de construção de conhecimento e do processo avaliativo.
Para que o trabalho alcance os resultados esperados, alguns critérios devem ser adotados para que os alunos não se percam na produção e nem nas avaliações processuais. O professor então, deve conduzir, mediar e acompanhar os alunos com sugestões e feebacks constantes, ressaltando os pontos que devem ser avaliados e abordados pelos alunos em suas produções e avaliações. Adotar também, um roteiro orientador que poderá ser elaborado previamente para que seja um norteador do trabalho, não objetivando um limite ou um condicionamento aos critérios sugeridos e sim um canal de reflexão e amadurecimento processual. Desta forma o enriquecimento gradual através das produções, poderá criar e reestruturar o mito da avaliação e formar aprendizes mais autônomos dentro de uma cultura de ensino-aprendizagem mais democrática e colaborativa.

Conclusão
O surgimento das novas tecnologias da comunicação e da informação (NTCI) pode ser considerado segundo Alava (2002, p.14) "(...) a alavanca de inovações pedagógicas a serviço da construção de saberes". Assim, a EAD com a utilização das NTCI deve contribuir para a ampliação do acesso à educação formal; deve ser um instrumento para ajudar o processo pedagógico, capacitar e atualizar profissionais da educação e de outras áreas; formar e especializar profissionais para novas profissões; democratizar o ensino; mediar e contextualizar o ensino tornando significativo e permanente.
A mediação pedagógica é vista como um aspecto fundamental para dar sentido a educação (Gutierrez; Prieto, 1994). Para fazer a mediação o professor necessita ter clareza da sua intencionalidade, não deve restringir-se aos aspectos cognitivos, é preciso considerar a existência da inter-relação dos aspectos afetivos, sociais e culturais no processo de aprendizagem. O Webfólio tem como característica o desafio da escrita, a autonomia sobre como os alunos aprendem os conceitos, as teorias, e os vários procedimentos avaliativos adotados num processo contínuo de reflexão sobre o fazer discente e o fazer docente.
Portanto, a mediação pedagógica demanda do professor abertura para aprender, flexibilidade e uma postura reflexiva para rever constantemente a sua prática, bem como, criticidade e autonomia para acompanhar e mediar o aluno-aprendiz, que por conseqüência deverá desenvolver uma maturidade intelectual e autonomia para que a aprendizagem ocorra de forma satisfatória. É um processo de amadurecimento de ambas as partes, uma transformação na forma de ensinar e aprender, é um aprender a aprender contínuo e renovado, sem começo nem fim, e que deve acompanhar o sujeito por toda a sua vida.
Enfim, os modelos pedagógicos adotados na EaD devem enfatizar a importância do sujeito na práxis pedagógica, sua abrangência e autonomia na democratização do saber.

(1)Atividade desenvolvida pela autora, como discente e monitora nas disciplinas: Introdução a Educação a Distância I e II , sob a orientação da professora Elsa Guimarães Oliveira no Curso de Pedagogia/Uniminas-MG, 4º e 5º períodos. Disponível em: http://br.geocities.com/vrctavares/webfolio/webfolio.htm. Acesso em: 02 set. 2006.

Referências bibliográficas

ALAVA, Seraphin et al. Ciberespaço e formações abertas: rumo a novas práticas educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a distância. 3. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia - Saberes necessários à prática educativa. 8. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
GUTIERREZ, F., PRIETO, D. A mediação pedagógica - Educação à Distância Alternativa. Campinas: Papirus, 1994.
LÉVY, P. As tecnologias da inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1996.
MORAN, José Manuel. Mudar a forma de ensinar com a Internet. Disponível na URL: . acesso em 12 de maio de 2005.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed Editora, 2004.
PETERS, O. A educação a distância em transição. Rio Grande do Sul: Unisinos, 2003.
TAVARES, Valéria Ribeiro de Carvalho. Webfólio. 2005. Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2006.

Fonte:Pedagogo Brasil - Revista Eletrônica

Disponível em: http://www.siepe.educacao.pe.gov.br/WebModuleArtigo/interfaceChamadaArtigoAction.do


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